Este texto foi escrito há algum tempo pelo Eloi Zanetti, renomado profissional de marketing curitibano. Como poderemos observar na leitura, o tema nunca esteve tão atual.
Em todo trabalho de web, vídeo, design, criação gráfica, logotipos ou propaganda, na hora dos orçamentos, sempre aparece alguém e diz a fatídica frase: - “eu tenho um sobrinho que faz mais barato.”
A área da comunicação está infestada de sobrinhos carregados de boas intenções, que fazem trabalhos baratinhos, nada profissionais e que, na maioria das vezes, precisam ser refeitos por quem realmente entende do assunto.
Recentemente um publicitário amigo passou por um mau pedaço porque o sobrinho do anunciante “era um gênio da música” e o rapaz quis ajudar na elaboração de um jingle, onde se usava o jazz, e este, por pouco, não fosse à intervenção do meu amigo, teria virado um autêntico samba do crioulo doido.
Recentemente um publicitário amigo passou por um mau pedaço porque o sobrinho do anunciante “era um gênio da música” e o rapaz quis ajudar na elaboração de um jingle, onde se usava o jazz, e este, por pouco, não fosse à intervenção do meu amigo, teria virado um autêntico samba do crioulo doido.

Os cursos de comunicação, como todos os outros que proliferam pelo Brasil nos últimos anos, prometem emprego fácil, altos salários e muito glamour na profissão. Despejam no mercado centenas de sobrinhos ávidos em conquistar os seus lugares ao sol. Tudo bem, é a ordem natural das coisas, mas daí a disputar trabalhos sérios, sem antes ter passado por um aprendizado duro e castigante vai uma enorme diferença.
Outro dia, deparei com um moça que havia montado uma agência de propaganda sem nunca ter pisado em uma. Ela simplesmente achou que o negócio dava dinheiro, meteu os peitos, e até tinha conquistado alguns clientes. Mas que tipo de serviços e resultados em vendas ela pode oferecer aos seus clientes? Já vai longe o tempo em que qualquer filme no ar resolvia as questões de vendas.

Em comunicação, atualmente, se pega a ideia mais engraçadinha e finaliza o trabalho. Ora, a ideia mais engraçada nem sempre é a que vai dar a sustentação da marca e promover as vendas. Nada contra a moçada, estagiários e recém formados, eles não têm culpa das novas circunstâncias comerciais e das mudanças que o deus Cronos está nos impondo, “o tudo para ontem”, e nem das
normas do Rei Midas, o “ganhar dinheiro fácil e rápido”. Se dar ao trabalho de pensar exaustivamente, analisar por todos os ângulos, buscar um conceito bem definido para um produto, marca ou serviço, ir a fundo na pesquisa do comportamento do consumidor, pensar com a cabeça do outro, não faz parte do trabalho, criar efeitos, sim. Mas veja o tipo de efeitos a moçada está criando: os da pirotecnia, isto é muito barulho para dar em nada.
Eloi Zanetti, consultor em Marketing
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